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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Eu, eu mesmo e minha selfie: como cuidar da sua autoimagem no século XXI
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-82850-91-6
Editora: Portfolio-Penguin
Hoje, cada um é seu próprio Jornal Nacional. Todos somos um veículo de comunicação, um editor de conteúdo e um canal de informações (reais ou falsas). Saímos das paredes da Idade da Pedra para as nuvens virtuais. Há poucos anos, a banca de revista, as rádios e os canais de TV eram tudo o que tínhamos de informação.
A imprensa era muito mais poderosa. Com poucas linhas de texto, uma edição maldosa de jornal podia acabar com a reputação de alguém. É um modelo que dependia do empresariado e do mercado publicitário. A discussão na sociedade passou a ser como ter uma mídia realmente independente.
O que não esperávamos é que o Vale do Silício virasse essa lógica de cabeça para baixo. As opiniões que só apareciam nas raras cartas divulgadas de leitores passaram a aparecer gratuitamente. Até a informação ficou mais acessível. Quem quiser aprender quase qualquer coisa, é só abrir um tutorial no YouTube.
Antes, para ser visto, precisávamos participar dos eventos que todos frequentavam para conversar, flertar e se fazer notado. Nas grandes cidades, isso acontecia nos jantares, aniversários e festas de casamento. Todos se aglutinavam em torno das pessoas mais bonitas, carismáticas e populares.
Agora, as redes sociais são as novas praças. O ver e ser visto segue os mesmos princípios. Nos aglutinamos em torno dos perfis que têm algo a oferecer. Se você quer influenciar as pessoas, preocupe-se com o alcance e a relevância do seu perfil. Lembre-se de que as pessoas só vão lhe seguir caso se identifiquem com sua narrativa e gostem de você.
Você precisa gostar de si e estar confortável com a forma como se apresenta. Precisa também definir um bom propósito prático. Tenha em mente suas vontades, gostos e a ocupação que quer exercer. Não seja um influenciador sem saber, para começo de conversa, o que você está fazendo na internet.
Quem trabalha com comunicação não tem para onde correr: entender o algoritmo é um pré-requisito. Qualquer um que queira espalhar uma mensagem também precisa mergulhar no assunto para construir uma boa estratégia, aliar-se às pessoas certas e nutrir a rede para chegar ao seu propósito.
Os algoritmos são os novos donos da distribuição de conteúdo. Quem não utilizá-los a seu favor pode cair em uma cilada. Eles alimentam e dão relevância a uma mensagem que pode marcar a história de uma pessoa. Uma frase fora de contexto, uma foto vazada ou uma fake news qualquer vira verdade na rede.
Esses acontecimentos tornam-se as crises de imagem com as quais precisamos lidar. Gerir isso é uma tarefa complexa e dá trabalho. Na Copa de 2018, a imagem do jogador Neymar simulando uma falta foi alimentada pelo algoritmo de tal forma que sua imagem foi associada, à sua revelia, à narrativa de uma pessoa que se joga no chão mais do que joga futebol.
Os haters são o calcanhar de Aquiles dos influenciadores. Eles se multiplicam em uma velocidade avassaladora. É só acessar o perfil de qualquer pessoa famosa para ver várias críticas gratuitas e sem nexo. Às vezes, há até atitudes judicialmente criminosas, como homofobia, racismo e ameaças de morte.
Uma frase mal colocada ou uma declaração polêmica viralizam rapidamente. É o oposto da lei. Aqui, a condenação vem primeiro. Todo mundo tem “culpa” até que se prove o contrário. Há três formas de lidar com os haters:
Os haters também são uma poderosa fonte de engajamento. Alguns, críticos mordazes de tudo, chamam a atenção que não conseguiriam se difundissem mensagens positivas.
Estamos em uma época na qual todos temos imagem pública. Com a informação da internet trazendo voz a qualquer pessoa, ficamos expostos. Ponha seu nome no Google e veja o que aparece. Mesmo pessoas desconectadas podem descobrir um pedaço de suas vidas em algum site do qual jamais imaginariam.
Cuidar da própria imagem não é mais uma tarefa de celebridades. O poder de cada pessoa é muito maior do que um megafone. Precisamos mudar a forma com a qual nos posicionamos. Você tem uma imagem pública. Precisa usá-la para construir sua narrativa e expô-la ao mundo antes que ele faça isso por você.
Somos parte de um ecossistema de algoritmos que não deixará de existir porque não estamos interessados nele. O tema ainda é um tabu no Brasil, porque a sabedoria convencional diz que cuidar da imagem é coisa de gente famosa. Só que pensar assim não é realista.
O mensageiro também tem responsabilidade sobre a mensagem. O erro nem sempre é do outro. Por isso, o primeiro passo para organizar uma informação é ser claro sobre o objetivo, o assunto e o público a atingir.
Quando sabemos sobre o que e para quem estamos falando, podemos planejar o conteúdo e a forma para que tenham o impacto que queremos. Pense sobre:
Leve também em conta o peso das palavras. Cada expressão tem um valor simbólico. Escolher o que diremos é uma arte e passa por entender não só seu sentido objetivo, mas a forma como isso ressoa no coração e na mente das pessoas.
Já passamos da metade do microbook e o autor fala da importância de se certificar de que sua mensagem não tem ruídos ao tocar em um tema delicado. Garanta que ela não é desnecessariamente ofensiva ou tem um risco alto de ser mal interpretada. Converse com pessoas de confiança, que tenham bom senso para lidar com o teor do que você quer publicar.
Se estiver em dúvida, não poste. Busque outras informações antes de opinar. Veja o posicionamento de quem se manifestou antes de você. Procure as nuances. Não cometa o erro de ignorar pontos de vista diferentes do seu. Comunicar-se eficientemente na rede parece difícil, mas basta ter noção dos seus objetivos e de onde a mensagem desaguará.
O jogo é complicado. É fácil atingir sua bolha de interesse, mas nossa mensagem alcançará também milhares de outros públicos, mais centralizados e fortalecidos. Pode ser que seu post seja bem-sucedido em seu público-alvo, mas pegue mal em dezenas de outras turmas.
Não minta na internet. Uma desonestidade revelada é uma bala de prata. Mentir pode parecer o caminho mais fácil, mas é sem volta. Uma pessoa que nos enganou precisa ralar muito para nos convencer de que não fará novamente.
Não se conserta um problema com outro. Esse hábito tem um impacto grande na construção de reputações. O autor cita a máxima da personagem Olivia Pope, uma gestora de crise da série Scandal: “nunca se conta mentiras quando você é uma pessoa pública”.
Mentir não só pega mal quando somos descobertos, como também nos deixa mais vulneráveis. Ser desonesto nos deixa frágeis, porque precisamos nos esforçar para que ninguém perceba as incoerências da história. Isso exige um exaustivo esforço mental.
Sempre estamos diante da possibilidade de provocar o ódio das pessoas. A possibilidade de ter que lidar com agressões virtuais está sempre presente. Por isso, o melhor é manter a guarda alta. Atenha-se à existência dos haters e pondere cada postagem. Não se dirija a eles diretamente, nem alimente o bate-boca.
Pense antes de agir. No meio do turbilhão de mensagens, controlar o que falamos é desafiador. O efeito manada está sempre nos puxando para postar mais, o que aumenta as chances de postagens descuidadas. Por isso, precisamos aprender a controlar os impulsos e contar até dez antes de postar.
Os haters sempre existiram. Por outro lado, saiba que não é nada pessoal. Não tem a ver com você. Todos os influenciadores lidam com eles. É algo desagradável, mas faz parte da dinâmica das redes sociais. Às vezes, até um lover vira um hater. Uma simples ação, como cortar o cabelo, pode ser alvo para críticas.
Uma vez que você esteja sob o alvo das críticas massivas das pessoas na internet, há alguns caminhos para seguir:
Mantenha sua imagem e sua verdade em sintonia. Sem isso, verá as inseguranças e incoerências das narrativas. Procure:
Nada supera a força da verdade. Cultive-a em cada aspecto de sua vida. Ela é o único norte possível. Entenda suas motivações e descubra seus propósitos. Você precisa encontrar a voz que existe dentro de si para, só então, pensar em uma boa forma de mostrá-la ao mundo.
Todos nós estamos sujeitos a crises de imagem. Não são só os famosos que podem se envolver em polêmicas. A maior parte das pessoas está conectada nas redes e uma frase mal interpretada ou uma foto constrangedora se espalham em um piscar de olhos.
Seja em um portal de grande expressão, seja no grupo de WhatsApp da família, uma mensagem ruim pode prejudicar sua imagem e sua vida. Por isso, é mais fácil ser cuidadoso ao postar algo do que gerir uma crise de imagem provocada por uma declaração mal pensada.
O mundo virtual tem armadilhas e fortalezas. Entendê-lo é o caminho para empoderar a narrativa individual e construir um posicionamento que transmita sua verdade. Com maturidade, dá para comunicar sua mensagem e evitar os erros mais comuns.
“Eu, eu mesmo e minha selfie” explora o papel dos cuidados nas redes sociais e como lidar com a dinâmica perversa dos haters. Também ensina a lidar com cancelamentos e mostra as armadilhas da internet.
Os algoritmos nos levam a lógica do “mais”: ser mais rico, mais bonito, mais vaidoso e por aí vai. Em “Viver melhor sem ter que ser o melhor”, Daniel Martins de Barros mostra uma alternativa a essa forma de pensar, usando o Arcadismo de referência. Veja no 12 min!
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Pedro Tourinho é formado em comunicação social e fundador das agências Soko e MAP Brasil. É também... (Leia mais)
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